Tenossinovite de De Quervain
Entenda o que é Tenossinovite de De Quervain, sua causa, seus sintomas, diagnóstico, tratamentos e cirurgia.
O que é a Tenossinovite de De Quervain?
É a inflamação dos tendões na base do polegar.
Quando abrimos nossa mão com força, podemos ver várias estruturas em formato de corda no dorso da mão. Estas cordas são os tendões, que conectam os músculos do antebraço aos ossos da mão e são envolvidos por uma membrana chamada bainha sinovial.
Ao chegarem na porção final do antebraço, os tendões se dividem em seis túneis, que são chamados de compartimentos. Estes compartimentos têm a função de segurar os tendões perto do osso, dando a direção correta do movimento, aumentando a força e diminuindo o gasto de energia.
Há pouco espaço dentro do compartimento, de forma que qualquer processo inflamatório dentro dele dificulta o deslizamento dos tendões. Isso causa dor e piora da inflamação e, quanto mais o tendão é bloqueado, mais inflamado ele fica, entrando num ciclo vicioso.
A Tenossinovite de De Quervain ocorre quando os tendões da base do polegar junto com sua bainha sinovial se tornam inflamados dentro do compartimento impedindo seu deslizamento.
Quais são as causas da Tenossinovite de De Quervain?
Não há uma causa específica e também não há uma relação direta com esforço repetitivo.
Mas há fatores que aumentam a possibilidade de desenvolver a tenossinovite. Mulheres grávidas ou em amamentação, têm maior retenção de líquido e consequentemente os compartimentos e os tendões ficam mais inchados e apertados. Mulheres acima dos 40 anos e, principalmente, na menopausa passam por alterações hormonais que também provocam retenção de líquido.
Algumas outras doenças também causam a tenossinovite do punho como gota, artrite reumatóide e diabetes.
Quais são os sintomas?
Inicialmente há uma dor na base do polegar que pode se irradiar para antebraço.
A região lateral do punho fica dolorida e pode haver inchaço e vermelhidão.
Outro sintoma é o aparecimento de uma tumoração na região, bastante dolorosa quando apertada, chamado de cisto ganglionar.
A dor e a dificuldade para movimentação do punho e polegar são mais intensas de manhã, quando nossas mãos estão mais inchadas. Isso porque dormimos na posição horizontal e os líquidos do corpo ficam igualmente distribuídos no corpo. Já durante o dia, há uma redistribuição dos líquidos no corpo, que ficam mais acumulados nas pernas.
Numa fase mais crônica, o paciente não consegue segurar objetos ou realizar qualquer movimento que utilize o polegar. Nessa fase o paciente se sente mais confortável quando imobiliza o punho e o polegar.
Como é feito o diagnóstico da Tenossinovite de De Quervain?
Nos casos com dor bem localizada na borda lateral do punho, o diagnóstico é mais fácil, através do exame físico. Já nos casos em que a dor é menos localizada. O médico pode lançar mão de ultrassonografia que consegue ver o espessamento dos tendões e o grau de inflamação local.
Radiografias do punho são importantes para ajudar a excluir doenças ósseas que podem mimetizar a Tenossinovite de De Quervain, principalmente nos casos em que os sintomas não são típicos.
Quais são as opções de tratamento?
Basicamente temos três opções mais eficazes. Infiltração intramuscular de corticóide, infiltração local com corticóide e cirurgia.
Nos casos iniciais em que os sintomas são leves, iniciamos com o corticóide intramuscular, normalmente aplicado na nádega e aguardamos o efeito final do medicamento que ocorre em até 3 semanas. Associadamente utilizamos uma imobilização do punho e polegar.
Caso a injeção intramuscular não funcione, partimos para infiltração local de corticóide. O medicamento é injetado no punho e provoca uma diminuição da inflamação dos tendões, facilitando seu deslizamento normal. A resposta ao corticóide é variada porque depende da gravidade de inflamação e da reação do paciente ao medicamento.
Caso haja melhora satisfatória, o médico pode até repetir a infiltração. Mas há um risco de provocar o rompimento dos tendões se realizada inúmeras vezes, situação em que há necessidade de cirurgia.
Quando a infiltração não atinge bom resultado ou nos casos mais graves da doença, indicamos o procedimento cirúrgico, que é uma forma segura e definitiva de tratamento.
Como é a cirurgia?
Com o paciente sedado ou sob anestesia geral, realizamos um corte de 2cm no punho. E através deste corte identificamos os tendões comprimidos e cortamos o compartimento que os envolve, liberando seu deslizamento. A cirurgia normalmente dura menos de uma hora e o paciente normalmente tem alta no mesmo dia.
Como é depois da cirurgia?
É solicitado ao paciente retornar após uma semana para avaliar o ferimento. O curativo permanece fechado da cirurgia até o primeiro retorno.
Após a segunda semana de pós operatório retiramos os pontos e liberamos o movimento do polegar. Neste momento, o paciente pode usar o polegar para segurar objetos leves.
Somente quando o polegar fica sem dor é permitido ao paciente realizar movimentos de força da mão, como abrir uma garrafa ou torcer pano. A necessidade de fisioterapia é avaliada pelo médico nas semanas após a cirurgia.
Os sintomas podem retornar?
Não. Uma vez aberto o compartimento não se fecha mais. E sabemos que não há nenhum agravante nisso.
Pode haver após a cirurgia uma dor em choque na região. Um sinal de que o nervo radial, que dá sensibilidade à região, pode ter aderido a cicatriz cirúrgica. Caso isso aconteça contate o cirurgião.
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